"Alguém me ensina a pensar menos nele? Alguém me ensina a não repetir centenas de vezes à mesma cena na cabeça? E não fazer dessas lembranças o meu maior martírio? Porque dói, dói muito pensar que há pouco tempo eu estive inteira com ele e o deixei partir, assim, sem insistir, sem nem um “fica mais um pouco?”. É possível não sentir esses arrepios ao lembrar-me do possiível toque, do possível cheiro, do possível beijo dele? Ah, eu daria tanta coisa para que aquele anjo estivesse aqui comigo agora, hoje, amanhã, sempre. Eu daria tudo pra vê-lo sorrir mais uma vez pra mim, mas quando estou com ele fico tão pequena, entrego-lhe o que ainda me resta, ele vai embora e eu fico aqui, me sentindo incompleta, me sentindo um nada, sobrevivendo apenas de migalhas da minha memória."
(Caio Fernando Abreu)
Já não sei disfarçar a falta que você me faz. O "novo" começa a fazer diferença na minha vida e eu fico cada dia mas desequilibrada, tonta, torta. Já não sei se me prendo ao passado ou se me liberto para o futuro que assim como eu, é imprevisível. Mando recados de socorro, mas ninguém escuta. Que Deus me liberte de você, amém.